Quantas portas (ou barreiras invisíveis) você precisa atravessar para falar com um diretor de sua empresa?
A pergunta parece boba. Mas já cheguei a trabalhar em uma companhia em que era preciso subir escadas e abrir meia dúzia de portas até chegar à temida “sala do Olimpo”, como era carinhosamente chamada a sala do diretor-geral.
Business Agility fala sobre um relacionamento aberto, de mão-dupla, entre a diretoria e a média gestão, eventualmente diretamente com o time —a depender da cultura da empresa.
Claro, o board é responsável pela saúde financeira, a continuidade das operações, a adequação regulatória e eventual captação de investimentos. Mas para ser ágil, ele precisa se adaptar a ciclos mais curtos de planejamento e reporte.
Planejamento Ágil
Os antigos planejamentos de longo prazo podem ajudar a modelar negócios. Mas o mercado e as tecnologias têm mudado com tal velocidade que, muitas vezes, é preciso mudar a direção no meio do caminho.
Um olho no longo prazo, outro na evolução trimestral.
Até aí, parece não haver grande novidade. Mas o diabo está nos detalhes.
Diretoria distante
Se o cliente está no centro da visão de Business Agility, na visão tradicional ele é o player mais distante da diretoria. Não é à toa que o termo “Olímpo” soa distante.
A diretoria, portanto, precisa reduzir hierarquias para se aproximar do cliente e do próprio time.
Em vez de apenas sentar em um trono feito de planilhas e cronogramas, entender a flexibilidade necessária para se adaptar ao mercado, a importância de indicadores de cliente e a vantagem em experimentar para aprender rápido (errar cedo e corrigir logo).
Isso implica apoiar a transformação organizacional, dedicando tempo e dando prioridade a ela. Há mais de uma década, o estudo anual State of Agile indica que a falta de apoio executivo é um dos top 3 temas no ranking do que mais tem atrasado a Transformação Digital das empresas.
Como mudar?
Na prática: apoiar uma visão de resultados (e não entregas) e confiar no próprio time pode ser um ótimo começo. Adotar práticas de governança ágil como OKRs e um framework escalado costumam ajudar.
Sair do Olímpo também é necessário —reservar momentos recorrentes para se aproximar do cliente ou mesmo andar pelo escritório e conversar com os colaboradores humaniza a visão deísta do executivo tradicional. Algumas técnicas de Management 3.0 também ajudam a delegar mais e discutir com clareza as fronteiras.
Por fim, garantir transparência e acesso à informação na empresa é fundamental —gestão visual ou ferramentas digitais de gestão do trabalho ajudam muito nisso.
Mentoria In Company
Tenho mais de 20 anos de experiência em Transformação Digital —participei deste processo desde o nascimento das primeiras empresas .com no Brasil no início dos anos 2000. Já atuei no UOL/Pagbank, na Natura e no Walmart.com antes de me tornar consultor, tendo atendido Microsoft Brasil, SulAmérica, GPA, ViaVarejo, entre outros, com temas que vão deste OKRs, Product Management até Transformação Ágil.
Fale comigo se precisar de mentoria individual ou consultoria/treinamento para a transformação de sua empresa.