IA Generativa: como evitar o hype

Inteligência Artificial

Só se fala de Inteligência Artificial (especificamente GenAI) desde o lançamento do ChatGPT. Tenho conversado com muitos CIOs que se vêem pressionados por pares e pelos CEOs a implementarem soluções, acreditando que é uma necessidade imperativa para permanecer competitivo.

Mas o frenesi em torno dessa tecnologia pode ser perigoso se não for abordado com cautela.

No estudo “CEO’s Guide to Maximizing Value from AI“, o BCG destaca a importância de evitar adotar tecnologia de ponta sem uma avaliação cuidadosa de onde elas realmente agregam valor. A IA generativa é poderosa, mas não é a solução para todos os desafios de negócio.

De fato, como aponta o estudo, modelos não-generativos ainda possuem vantagens significativas, como menor custo, maior precisão e maturidade, além de serem menos propensos a erros críticos.

Quando a GenAI não é a resposta

Muitos CIOs já perceberam que nem todos os problemas de negócio são adequados para soluções baseadas em GenAI. A pressão para encaixar a IA generativa em todos os aspectos da empresa pode levar a desperdícios significativos de recursos e, pior ainda, à aplicação de uma solução inadequada para o problema em questão.

GenAI, embora excelente para tarefas como geração de conteúdo, pode ser ineficaz para funções como previsão de demanda, detecção de anomalias ou manutenção preditiva.

Conforme destacado no estudo do BCG, “nem toda IA é criada de forma igual” e, portanto, a escolha do modelo certo deve ser baseada em uma análise profunda das necessidades específicas do negócio.

O erro mais comum que tenho visto em empresas sob pressão para inovar rapidamente é adotar a IA generativa não porque ela resolve o problema, mas porque ela se tornou o centro das atenções.

“Foque 10% dos esforços em algoritmos, 20% em tecnologia e dados e 70% em pessoas e processos”, diz o estudo do BCG.

Como evitar o hype

Então, o que os CIOs, CTOs e CEOs podem fazer para mitigar os riscos associados ao hype da IA generativa? A resposta começa com educação e conscientização dentro da própria organização. É crucial que os líderes empresariais compreendam onde a GenAI pode realmente agregar valor e onde ela pode ser um desperdício de recursos.

O BCG recomenda que, antes de tomar qualquer decisão sobre a implementação de GenAI, os líderes devem considerar:

  • Qual é o verdadeiro problema de negócio que estamos tentando resolver?
  • Existe uma solução mais simples, como modelos de IA preditiva ou mesmo ferramentas convencionais como planilhas, que possa ser mais eficaz?
  • Qual o impacto energético e financeiro da adoção de GenAI?

Ao fazer essas perguntas (e pedir a avaliação dos engenheiros e líderes técnicos da própria organização), a liderança pode evitar cair na armadilha do hype e, em vez disso, focar em soluções que realmente contribuem para o crescimento sustentável da empresa.

Caminho para Transformação Digital

A IA generativa tem seu lugar na transformação digital, mas seu uso deve ser estratégico e ponderado. CEOs e CTOs precisam liderar com visão clara e evitar o fascínio por novas tecnologias sem entender completamente suas implicações. Como o estudo do BCG salienta, o foco deve estar em maximizar o valor do negócio com as ferramentas certas, e não apenas em adotar a última tendência tecnológica.

Mentoria In Company

Tenho mais de 20 anos de experiência em Transformação Digital —participei deste processo desde o nascimento das primeiras empresas .com no Brasil no início dos anos 2000. Já atuei no UOL/Pagbank, na Natura e no Walmart.com antes de me tornar consultor, tendo atendido Microsoft Brasil, SulAmérica, GPA, ViaVarejo, entre outros, com temas que vão deste OKRsProduct Management até Transformação Ágil.

Fale comigo se precisar de mentoria individual ou consultoria/treinamento para a transformação de sua empresa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *